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domingo, 29 de julho de 2018

Basquiat em Belo Horizonte

Seguindo a fase musical do BLOG VIAGENS PELO BRASIL, aproveito a letra de Bienal, com Zeca Baleiro para começar este post Ela cita Basquiat, artista que tem suas obras expostas no Centro Cultural Banco do Brasil CCBB-BH) no Circuito Cultural da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte e que fomos visitar. Quando soube da exposição, a primeira coisa que me passou pela cabeça foram os versos

Com a graça de Deus e Basquiat
Nova York, me espere que eu vou já
Picharei com dendê de vatapá
Uma psicodélica baiana 

Percorrendo os Centros Culturais do Banco do Brasil, a exposição Jean-Michel Basquiat - Obras da coleção Mugrabi chega a Belo Horizonte e claro que o BLOG VIAGENS PELO BRASIL não podia perdê-la.

São mais de 80 peças com quadros, desenhos, gravuras e pratos pintados no estilo do neoexpressionismo. Os pratos são homenagens que o artista fez a quem ele admirava e suas referências artísticas: Matisse, Salvador Dali... 


 
O acervo é particular e pertence ao milionário colecionador israelense José Mugrabi, radicado em Nova York. Há também a exibição do filme Dowtown 81, do cineasta Edo Bertoglio e com roteiro de Glenn O`Brien em que Basquiat é o protagonista. A película mostra a cultura underground de Manhattan no início dos anos 1980.

 
 
O artista morreu de overdose em 1988,com apenas 27 anos,  quando já era reconhecido no cenário artístico de Nova York. Sua obra usa muito papel, colagens, objetos encontrados e imagens humanas. Seu pai era haitiano e, sua mãe, descendente de imigrantes porto-riquenhos. 

    
Percebe-se influências do vudu, uma das religiões oficiais do Haiti, em sua obra. 


  
Quando criança, foi atropelado e teve que tirar um dos braços. Na recuperação, sua mãe o presenteou com um livro de anatomia, que foi responsável por influenciar sua obra quando se tornou artista. 
  
Como já dito, além do corpo humano, negros e religião são seus temas prediletos.Sendo um dos poucos negros, trouxe muito em suas telas uma crítica à falta de diversidade.

 
Ele sempre gostou de ler e era considerado muito inteligente. Mesmo adulto, gostava de assistir a desenhos animados, cujos personagens estão presentes em seu trabalho também. 
Com traços infantis, ele sempre garantiu que sabia desenhar, mas sempre lutou contra isso. 
  
Enquanto criava suas obras, ouvia música, assistia desenhos animados, escrevia e tudo isso depois era transportado para sua criação.A técnica da serigrafia também é utilizada. 

No início da exposição, tem uma área interativa e de percepção. Em uma mesa, há os traços do desenho que é projetado na parede e, ao passar a mão, vai aparecendo o desenho na projeção, que depois de concluído, pode ser colorido. 
Ele começa fazendo intervenções artísticas nas paredes do bairro de Downtown Manhattan e no metrô nova-iorquino. A assinatura junto com o amigo Al Diaz era SAMO, abreviatura da expressão Same Old Shit (Mesma Merda de Sempre). Em 1979, para de usar a expressão SAMO quando ele grafitou  no SoHo, em Manhattan, a frase "SAMO is dead” e termina a parceria com o amigo. Nessa fase, ele tem suas obras expostas na coletiva The Times Square Show. 

Na mostra do CCBB, há obras de desde a época em que parou de vender cartões postais feitos por ele até suas últimas produções. Tinha, inclusive, uma porta de sua casa pintada em 1980, que foi retirada da exposição sem nenhuma explicação. 
 
  

Para mostrar que ele juntava objetos para compor suas obras ou mesmo aproveitava o que tinha em casa para fazer suas intervenções, como é o caso da porta, há uma geladeira fazendo alusão a isso. 

Basquiat utiliza, ainda, o método da colagem. Ele colava papéis, desenhos próprios, xerox coloridos e pintava por cima. E usava muitas palavras. 
  
Há uma tela que ele pintou e depois foi apagando o que já tinha feito. Possibilita a cada espectador criar a história contada na pintura.

É de Basquiat  a obra de arte norte-americana mais cara já vendida (mais de 110 milhões de dólares em um leilão), mas ela não compõe a exposição. Junto com ele, no hall de artistas com obras adquiridas por preços superiores a US$ 100 milhões estão Pablo Picasso, Alberto Giacometti, Francis Bacon e Warhol, de quem se tornou amigo e dividiu a criação de algumas de suas obras.

De 1984 a 1985, já famoso e com exposições internacionais, ele e Andy Warhol fazem uma série de quadros. Juntos, produziram mais de cem telas. Essa parceria está presente na exposição. Eles sempre desenvolviam novas técnicas. No ateliê de Warhol, este pintava imagens projetadas na tela, que em seguida eram acrescentadas por palavras e imagens de Basquiat. Desta fase, estão expostos Heart Attack (Infarto, 1984).

Basquiat também teve uma banda. Algo comum em Nova Iorque. Artistas que pintavam, tocavam e escreviam poesia ao mesmo tempo.



No ano de sua morte, ele expôs em Paris (França) e em Dusseldorf (Alemanha).

O CCBB – O prédio é lindo por natureza. Detalhes da arquitetura e decoração impressionam. O projeto é do arquiteto Luiz Signorelli, fundador da Escola de Arquitetura da Universidade de Minas Gerais. Durante a Revolução de 1930, abrigou o Comando Geral das Forças Revolucionárias. Desde 2013, integra o Circuito Cultural da Praça da Liberdade.






Localização:
O CCBB fica na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais


Visitei e recomendo: Circuito Liberdade



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*Texto e Fotos: Karina Motta