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quinta-feira, 11 de junho de 2020

Edifício JK, uma cidade dentro de Belo Horizonte

Uma verdadeira cidade vertical é o edifício JK em BH. Ele fica ao lado da praça Raul Soares na região centro-sul da capital mineira. O projeto é de Oscar Niemeyer e data de 1952. São dois prédios. Um na horizontal e outro na vertical. O mais alto tem 36 andares com 647 unidades e o outro, 23 e 439 habitações. Ao todo, são 1086 apartamentos. Mais populoso, inclusive, que muitos municípios brasileiros. Só de elevadores são 17. As paredes são de vidro.
O projeto inicial do Conjunto Governador Juscelino Kubitschek previa um complexo cultural com museu de arte moderna, lojas e um apart-hotel luxuoso. Porém, tornou-se residencial e foi ocupado em 1968. Nos dois blocos, um de 23 andares e outro de 36, as unidades possuem módulos de diferentes metragens. Há quadras e um playground. 

Um dos marcos da boemia na capital mineira, o prédio foi todo revitalizado e não se fala mais tão ostensivamente de sua má fama. E, agora, a localização privilegiada (perto do centro, mercado central) atrai estudantes, professores, artistas e aposentados, que estabelecem moradia lá. 

Como ele é visto de várias partes da cidade, sempre há projeções com mensagens. Só que sempre é do lado que eu não consigo enxergar da minha casa. Teve até pedido de casamento. Para minha surpresa, teve um dia que fizeram a projeção da praça e ficou visível da minha janela e, para minha alegria, era o escudo do meu time do coração!
Compõem o edifício: unidades com diferentes tamanhos que vão de kitnets a apartamentos e uma galeria com 51 lojas. Além disso, em uma área do térreo, funciona um pequeno terminal turístico e é ponto de embarque e desembarque de muitos ônibus. Ele ainda tinha um relógio luminoso, que era símbolo podia ser visto de várias regiões da cidade.
 
Quando eu era pequena, minha tia morava no centro e, quando eu ia para a casa dela, ficava conferindo as horas e a temperatura. Ao me mudar para a região centro-sul também tive esse privilégio, mas durou apenas dois meses. O relógio funcionou durante 40 anos e foi desligado em meados de 2019. O patrocinador era um banco e dizem que ele decidiu retirar o símbolo após rever a estratégia de exposição da marca. A prefeitura de Belo Horizonte alega que a decisão de retirar o equipamento foi mesmo do banco, pois, mesmo com o tombamento do conjunto arquitetônico do edifício, havia interesse de manter o relógio. Porém, a empresa alega problemas com a mudança da legislação de BH. Até uma campanha para a permanência do relógio no topo do edifício foi feita na internet, mas ele já foi retirado.

Patrimônio – O próprio governador de Minas Gerais à época, Juscelino Kubitscheck anunciou a obra na década de 1950. Seria uma resposta à crise habitacional sofrida pela classe média. Esse ícone da arquitetura está prestes a se tornar patrimônio cultural do município. O processo de reconhecimento começou em meados de 2018.





 














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*Texto e Fotos: Karina Motta
Fotos com ipê: Wagner Dias Ferreira