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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Registros arqueológicos ao alcance de todos


Em Minas Gerais, no distrito de Cocais, podemos ver de perto desenhos que nossos ancestrais pintaram. Inscrições foram feitas há mais de seis mil anos 

Em uma vila colonial mineira, um pequeno distrito denominado Cocais, há um resgate da arte pré-histórica, com registros de nossos ancestrais que datam de seis mil anos. É a nossa história viva inscrita nas rochas por meio de desenhos: contagem dos dias, animais... 

Emocionante! A arqueologia agradece. E a natureza em volta? Você, querido leitor, não imagina a grandiosidade e beleza que o espera! Esta é mais uma joia da Estrada Real.
Caminho que leva às rochas com inscrições rupestres



No sítio arqueológico, há uma pedra em formato de rosto
A descoberta do Sítio Arqueológico Pedra Pintada foi do paleontólogo Peter Lund, o mesmo que encontrou o crânio da Luzia – mulher mais antiga do continente - na região de Lagoa Santa/MG. Trata-se de uma propriedade particular e o senhor José Roberto, o dono do terreno onde se encontra o sítio arqueológico, é muito simpático e atencioso com os turistas.

Sr. José Roberto nos mostrando onde nossos antepassados se escondiam da chuva, animais, frio...
O nome da localidade - Cocais – que é distrito de Barão de Cocais,  deve-se à grande quantidade de coqueiros do local. 
Panorâmica da vila 

Completam o cenário, casas coloniais e as igrejas barrocas: Santana, do Bonfim e Matriz do Rosário. A primeira foi construída em pedra e tem pinturas com motivos orientais, conhecidas por chinesisses, além de imagens de santos talhados na madeira e a característica mineira de ter o altar-mor folheado a ouro. Era a capela particular dos fundadores do distrito, família Furtado Leite e da família Pinto Coelho, da qual Barão de Cocais era descendente. Ele está sepultado no interior da igreja.
Igreja Santana
Igreja do Bonfim
A do Bonfim ocupa lugar no terreno onde era a fazenda Estalagem. O coronel da época estava com a filha doente e prometeu construir uma igreja caso ela se curasse e assim foi feito. A original, construída no século XVII em pau a pique, era muito parecida com uma das igrejas que mais admiro em Minas Gerais: a igrejinha do Ó em Sabará, porém, ela foi demolida em 1973 e foi construída outra em alvenaria no seu lugar.


Igreja do Rosário
E  a matriz, por ser do Rosário, foi construída para que negros e mestiços a frequentassem. Ao seu redor há um chafariz e um cruzeiro.  Esta  vai para a minha coleção particular de fotos dos templos dedicados a Nossa Senhora do Rosário.

Pintura no teto da igreja do Rosário
Altar da igreja do Rosário
Estilo colonial prevalece na arquitetura na vila
Fiquei hospedada na Pousada das Cores e achei muito interessante o trabalho cultural desenvolvido pelo proprietário. Além disso, as refeições são elaboradas com verduras, legumes, frutas e flores comestíveis que ele mesmo ou seus vizinhos cultivam. Ainda tem uma lojinha com produtos da região para serem vendidos: farinhas, licores, geleias, vinagres ...


 Há também a igrejinha de São Francisco e Santa Clara, um castelinho onde é a recepção, adega, claro, pois um lugar aconchegante e bonito merece ser apreciado como um bom vinho e ainda um pequeno alambique.
Interior da igrejinha São Francisco e Santa Clara na pousada das Cores
Por toda a pousada há esculturas em pedra que enfeitam o ambiente. Para completar o clima cultural, foram montados dois museus na pousada: o do índio e do imigrante. 

Museu do Imigrante na pousada das Cores
Museu do Índio na pousada das Cores

Agora, para conhecer um pouco mais da cultura, modo de vida dos moradores de Cocais, basta visitar o museu Fernando Toco, um antigo morador, senhor Augusto Bento do Nascimento, que, durante toda a sua vida, colecionou objetos que contavam a história da Vila. O museu funciona em um imóvel que pertenceu ao Barão de Cocais.



Localização:

Cocais fica a 80 km de Belo Horizonte. 

Visitei e recomendo:

Sítio Arqueológico Pedra Pintada
Igrejas Santana, do Bonfim e Matriz do Rosário
Museu Fernando Toco

Pousada das Cores



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                                                     *Texto e crédito das fotos: Karina Motta

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