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sábado, 23 de junho de 2018

Caetanópolis/MG guarda origens da cantora Clara Nunes

Amo samba e, desde criança, tenho uma relação curiosa com Clara Nunes. Lembro da notícia de sua morte até hoje. Eu era pequena mesmo, devia ter uns oito anos de idade. Em março/abril sempre minha tia levava a mim e meus irmãos para passarmos as férias dela em Cabo Frio. Sempre ela alugava uma casa ou apartamento e levava alguém para cuidar do local e cozinhar. Assim, quando chegávamos, íamos à feira e à peixaria abastecer a casa. Estávamos na fila do caixa da peixaria quando a moça escutava o rádio que deu a notícia do falecimento de Clara Nunes. Minha tia ficou muito triste.
Desde então, sempre que ouvia música dela prestava mais atenção e hoje tenho a oportunidade de conhecer a cidade mineira (minha conterrânea) de Caetanópolis, onde Clara nasceu. A ideia partiu do meu marido quando propus a ele escolher um lugar para comemorarmos seu aniversário e, para minha sorte, ele escolheu lá.

E estamos bem atuais. A Portela já anunciou que a cantora será a homenageada no samba enredo deles no ano que vem. Soubemos no museu que Clara puxou o seu primeiro samba enredo com a ajuda de um mestre pela Portela em 1974. Clara Nunes nasceu em agosto e, desde 2006, neste mês, a prefeitura realiza um festival cultural.
Ao chegarmos à cidade, demos de cara com a Casa de Cultura Clara Nunes na praça Aníbal Pinto Magalhães. Foi instalada no prédio em que funcionou o cinema e onde Clara se apresentou pela primeira vez com apenas quatro anos de idade. o espaço oferece oficinas de música, dança, palestras e exposições para a população. A instituição estava fechada e ficamos um pouco frustrados achando que ali funcionaria o museu da cantora, pois, as referências na internet é de que funcionava ali. Perguntamos e, para nossa surpresa, não era. O museu estava mais à frente onde funcionava a antiga delegacia da cidade. 
Memorial Clara Nunes mostra a trajetória da cantora. São mais de sete mil peças dentre fotos, discos de ouro, documentos e roupas e acessórios pessoais. O acervo foi doado pela irmã mais velha e madrinha e pelo marido de Clara, o compositor Paulo César Pinheiro. O espaço é pequeno, mas muito rico em detalhes. São cinco ambientes: A obra, Acervo de Indumentária, A vida, Troféus e Discografia. Há uma sala com televisão, fotos dela com outros artistas e painéis de divulgação de seus shows e fotos dela onde é possível assistir a um documentário sobre sua trajetória. 
 A visita começa com um espaço dedicado à religião. Clara se dedicou à umbanda, principalmente, depois que viajou para a África, mas também mantinha sua fé no catolicismo e budismo. Contas, guias, santos e budas estão neste ambiente.

 Os vestidos que ela utilizou em shows e clipes estão lá. O disco de ouro que ganhou, as viagens internacionais que fez à África, na época da luta pela independência, Japão. Deste país, há as lembranças que trouxe: chinelos, kimono. Fotos de seu arquivo pessoal dessas viagens. Release de divulgação do show (dirigido por Bibi Ferreira) e disco Clara Mestiça. Um painel com a linha do tempo conta toda a história da carreira da cantora. E uma vitrine com os cartões e telegramas de felicitações por seu trabalho. Identificamos do Chacrinha e da Alcione.

Clara Nunes teve com o  pai os primeiros contatos com a música, que era violeiro e participava cantando na Folia de Reis da cidade. 
História - Antes, por causa do córrego do Cedro que banha a cidade, o nome da localidade era este. No século XIX, com teares importados dos Estados Unidos, foi montada a fábrica de tecidos Cedro e Cachoeira. A primeira no estado de Minas Gerais e a segunda do Brasil. E, ao formar uma vila por causa da empresa, a localidade se tornou distrito de Paraopeba. A emancipação se deu em 1954 e a cidade passou a se chamar Caetanópolis. Em homenagem ao coronel Caetano Mascarenhas, um dos fundadores da fábrica.

Para contar toda essa história da fabricação de tecidos no Brasil, foi criado o museu da Indústria Têxtil Décio Mascarenhas. Ele fica nas dependências da fábrica, que é centenária. O acervo conta com mais de mil peças, considerado o mais completo do país nesta categoria. Mais uma vez, uma pequena frustração na cidade. Ao chegarmos, fomos informados que as visitas ao museu devem ser agendadas. Insistimos em fazer a visita mesmo que não fosse guiada, pois as referências do lugar eram excelentes, mas não foi possível. Felizmente, o segurança autorizou nossa entrada apenas para fotografar a fachada do museu. 
 
Dizem que a Igreja Matriz de Santo Antônio é um dos maiores templos de Minas Gerais dedicados ao santo.







Almoçamos no restaurante Cabana do Maquiné, que é ligado ao Maquiné Park Hotel. Um lugar muito bonito e aconchegante, mas, como fomos apenas no bate e volta, não nos hospedamos e entramos apenas para conhecer o local, que é bem bonito. Ttem piscina com cascata, piscina coberta e aquecida, pesque e solte... o que faz ter diversão para qualquer época do ano.

Passamos também na Oca do Milho, que fica à beira da rodovia BR 040. São duas unidades. A que passamos por ela na ida parece mais completa. A segunda unidade, onde paramos na volta, é menor, mas oferece os produtos e ainda salgados, doces, pães, balas de diversos sabores, porém, os produtos de milho são o carro-chefe. Dizem que são mais de 50 itens no cardápio. Todos feitos com milho e a especialidade é a pamonha, tão gostosa e como as de Caldas Novas/GO. Tudo é fabricação própria. Vi, de milho, suco, bolo, pudim, mousse, picolé, sorvete, grãos, mingau e pamonhas salgadas e doces.  



Visitei e recomendo:
Memorial Clara Nunes
Museu da Indústria Têxtil Décio Mascarenhas
Igreja Matriz de Santo Antônio
Maquiné Park Hotel
Oca do Milho



Localização:
Caetanópolis fica na Região Metropolitana de Belo Horizonte e está a 100 km da capital mineira.




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*Texto e crédito das fotos: Karina Motta

sábado, 16 de junho de 2018

Aquarela do Brasil


Cidades visitadas pelo BLOG VIAGENS PELO BRASIL e que inspiraram músicas


Como música também faz parte das paixões da gestora de conteúdo do BLOG VIAGENS PELO BRASIL, resolvemos reunir músicas que falam do Brasil. Não colocarei todas de uma vez. De vez em quando, intercalo uma entre meus passeios. Assim, o BLOG VIAGENS PELO BRASIL também adora viajar por este lindo país por meio de música. Conheça a história da composição de algumas delas e a qual cidade ela se refere:

Vídeo do youtube com a música na íntegra:


Aquarela do Brasil

Nada como começar com a música que mais representa o Brasil e é conhecida mundialmente. Ary Barroso lançou este samba-exaltação nos anos 1940. E destaca as belezas naturais brasileiras. Regravada por cantores brasileiros e até mesmo por Ray Conniff.

A natureza é o ponto alto de toda a canção. E como nossas paisagens são lindas! Mas também fala do nosso povo.



Aquarela do Brasil
Ary Barroso

Brasil, meu Brasil Brasileiro,
Meu mulato inzoneiro,
Vou cantar-te nos meus versos:

O Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar;
O Brasil do meu amor,
Terra de Nosso Senhor.
Brasil!... Brasil!... Prá mim!... Prá mim!...

Ô, abre a cortina do passado;
Tira a mãe preta do cerrado;
Bota o rei congo no congado.
Brasil!... Brasil!...

Deixa cantar de novo o trovador
À merencória à luz da lua
Toda canção do meu amor.
Quero ver essa Dona caminhando
Pelos salões, arrastando
O seu vestido rendado.
Brasil!... Brasil! Prá mim ... Prá mim!...
  
Brasil, terra boa e gostosa
Da moreninha sestrosa
De olhar indiferente.

O Brasil, verde que dá
Para o mundo admirar.
O Brasil do meu amor,
Terra de Nosso Senhor.
Brasil!... Brasil! Prá mim ... Prá mim!...









Esse coqueiro que dá coco,




Onde eu amarro a minha rede


Nas noites claras de luar.













Ô! Estas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar.


Ô! Esse Brasil lindo e trigueiro








É o meu Brasil Brasileiro,
Terra de samba e pandeiro.
Brasil!... Brasil!

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*Texto e crédito das fotos: Karina Motta