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domingo, 28 de abril de 2019

Gastronomia internacional faz sucesso em boteco gourmet de BH

Observação: infelizmente, aconteceu algum erro técnico e perdi a postagem anterior. Tinha uma cópia do texto e o publico novamente na data da primeira versão. Peço desculpas a quem esteja acessando a versão anterior e não consegue abrir. Os comentários que pude recuperar serão disponibilizados no final do texto.

A cidade de Belo Horizonte é famosa por seus botecos e a gourmetização está tomando conta do mundo. Muito bom quando os dois se reúnem para fazerem a diferença. Tira-gostos e comida com toques internacionais... E, se ainda juntar o fato de que os donos tratam os clientes de forma a deixá-los à vontade, aí você tem a certeza de estar em um lugar especial. E é por tudo isso que estou falando do Barrigudinha Buteco Gourmet, que fica no bairro Castelo em Belo Horizonte. 

Para os belo-horizontinos, é buteco mesmo! E nada melhor que um momento de descontração em um ambiente casual e excelentes petiscos para descontrair e jogar a conversa fora.

Divulgação
Aconchegan-te - Frequentamos o bar desde quando funcionava em outro endereço e era menor. Mesas na calçada, conversa descontraída no balcão e, da cozinha, excelentes tira-gostos. O que sempre deixou um clima de amizade, que se estendeu ao novo local, em uma casa mais ampla, mais conforto, com mesas em área coberta, espaço kids e uma decoração intimista para manter a essência. À noite, luminárias no chão da entrada são acesas garantindo esse tom de proximidade.

Dos tira-gostos que ainda não comi e meu marido, Wagner Dias Ferreira, já experimentou, ele destaca como preferidos uma carne servida fria e o torresmo. Segundo ele, este é bem suculento.

Para os que não abrem mão de serem atendidos no balcão, um dos donos, conhecido como Japão, garante o clima descontraído e deixa todos bem à vontade. Da cozinha, a chef Riri Ciccone, chamada por todos de Lily, prepara delícias. E que tempero! Até copos personalizados os clientes mais cativos têm no bar.

Já experimentei de quase tudo que eles preparam, mas sempre tem novidade. A variação no cardápio é constante. Riri é da Indonésia e está no Brasil há oito anos. Formou-se pelo Instituto Gastronomia América (IGA). É pensando em suas influências do país em que nasceu que ela desenvolve o menu.
  “Minha clientela é diversificada , portanto sempre tenho como objetivo criar novos pratos. Lembranças de criança na Indonésia. O perfil principal do restaurante são pratos orientais do Japão, Indonésia, Singapura etc”, explica Riri.

Pensando no cliente e na diversificação, por exemplo, Riri desenvolveu um cardápio especial para a Sexta-feira da Paixão em que tradicionalmente, come-se peixe. Tinha grande variedade. E, no menu especial, não faltou influência internacional: bacalhoada portuguesa, tilápia ao molho curry, bolinho curry (nan pão da Índia), camarão empanado, tempurá de peixe, peixe a dorê, tongkatsu   de tilápia, caldo de surubim, peixe karaage e macarrão ao molho de atum.
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Culinária internacional - O prato executivo nos finais de semana também é vendido em marmitex. Pelo custo-benefício e por sempre ter um prato diferente, peço. É muito bom. Quando vamos buscar já está separado e embalado no horário combinado e, claro, a delícia do tempero habitual.


Até feijoada argentina, chamada Locro, ela já fez. Gosto muito da variedade, por ter a oportunidade de experimentar coisas novas. Dos ingredientes, identifiquei grão de bico, moranga e linguiça.


Os rolinhos primavera também ganham a versão em pastéis, que ainda tem a variedade de palmito. Eu adoro! O rolinho faz parte da culinária chinesa e do sudeste asiático. Nas redes sociais do Barrigudinha, há explicação de como ele é feito. “São efetivamente rolos com 10-15 cm de comprimento e 2-3 cm de espessura, feitos com massa de farinha, originalmente de arroz, mas que também pode ser de trigo, estendida muito fina (ou assada numa frigideira como os crepes) e recheada com vegetais finamente cortados e, por vezes, carne ou camarão. Os nossos são divinos e acompanham molho agridoce exclusivo da Chef”.
Uma das primeiras comidas internacionais que comi no Barrigudinha foi o Nasi Goreng. Espécie de arroz frito tradicional da Indonésia com lombo assado, acompanhado de ovo frito e salada de pepino com abacaxi. Eu que adoro arroz e ovo amei este prato!

Outra combinação internacional com arroz que eu adoro é o lomo saltado, receita tradicional no Peru. É feita uma mistura de filé mignon em iscas com fritas e arroz.


Sempre tem filé a parmegiana e ela faz com filet mignon mesmo. Fica divino e faz referência à Itália.

Mas, de acordo com Riri, o prato de mais saída vem da Indonésia, mas é bem mineiro também: costelinha ao vinho com angu. Tirando o vinho, só tem mineirice nesse prato, uai! E realmente é muito bom! Espetacular.


Outra receita mineira que ela prepara e me agrada bem é a galinhada. Humm! O arroz sempre vem no ponto certo.
Os caldos também são maravilhosos. Eu adoro de mocotó e o dela é realmente muito gostoso. Já tomei o de mandioca, feijão e dobradinha. Apesar de muito bons, meu preferido é o de mocotó mesmo. Como sempre gosta de inovar, agora há no cardápio o caldo de peixe, que já experimentei e aprovei.

Amo bolinho de bacalhau, mas, Riri criou um de salmão que tem ganhado meu paladar. Muito crocante e um recheio de dar água na boca de tão suculento.

Ahhh e o camarão empanado com recheio de requeijão? Excelente! O camarão tem tamanho bom, é sequinho já que não vem encharcado de gordura e o requeijão o deixa ainda mais saboroso. Gosto dessa combinação!




Como não sou de sobremesa, quando levei minha sobrinha no restaurante, pedimos creme de oreo para ela, que amou! Há ainda a torta holandesa e o tiramisu da Itália.



Perguntada do motivo do nome Barrigudinha, Riri responde que “para estrangeira, BARRIGUDINHA é bonitinho”. Que fofa! Pela simpatia dos donos, qualidade dos alimentos e do preparo da comida e as novidades, que sou fã de experimentar algo novo, sou cliente cativa com orgulho!

 * Texto e Fotos (menos as retiradas das redes sociais do Barrigudinha): Karina Motta

Localização:
Avenida dos Engenheiros, 1071 - Castelo. 
Belo Horizonte/MG


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domingo, 21 de abril de 2019

Teu Caso com a arte e gastronomia contemporâneas

Arte, gastronomia, arquitetura e em BH, que eu amo! Não preciso dizer que o BLOG VIAGENS PELO BRASIL escolheu bem o lugar para passar parte do feriado da Semana Santa. Devo explicar que, por estar economizando para as férias, tenho passado todos os feriados na capital de Minas, que é onde moro, mas posso afirmar que minha cidade natal não está decepcionando. O carnaval foi maravilhoso e, agora, a Semana Santa reservou um restaurante especial para jantarmos. Belo Horizonte é mesmo o lugar perfeito para eu ter nascido. Cada dia uma novidade de bom gosto, muita arte e, sobre a gastronomia mineira/contemporânea, não preciso nem tecer comentários... E toda a minha grata surpresa se deve ao bistrô Teu Caso, que agrega tudo que me deixa feliz.

"O restaurante proporciona uma experiência sensorial completa, ativando o inconsciente coletivo ,para uma imersão na alma de Minas", afirma Wagner Dias Ferreira, meu marido e que fez questão de dar um depoimento sobre o local de tanto que gostou.

A primeira página do cardápio apresenta a casa.
Culinária – Com pratos contemporâneos sem deixar de lado a mineiridade, o chef Cassiano Vieira trouxe seu toque para BH. 

Eu escolhi Filet Mignon Teu Caso (Medalhões na redução de vinho e cogumelos com aligot – um tipo de purê - de mandioca) com queijos mineiros e redução de vinho de jabuticaba o que deu um toque agridoce ao prato e que combinou muito bem. Meu marido foi de Carne de lata com mandioca na manteiga de garrafa. Provamos os pratos um do outro e aprovamos os dois.

 
Geralmente, não peço sobremesa, mas, atraída pelo cardápio que dizia: O Melhor Pudim do Mundo! Não resisti. E gostei, principalmente, por estar saborizado com fava de baunilha! Também fiquei tentada em experimentar o brownie de fubá com doce de leite e sorvete de queijo, mas fica para a próxima já que meu marido está evitando doces por estar coma glicose alterada e eu não daria conta de comer as duas sobremesas. 
A forma de servir a mesa chama bastante atenção e já remete ás fazendas mineiras e, inconscientemente, já te lembra comida boa. Os pratos esmaltados em que a comida é servida e a caneca de mesmo material que serve de porta-guardanapos te levam ao interior e fazendas mineiras. 

Arte - Já na entrada, há um painel em tecido bordado, identificando o lugar.
A culinária é especial, mas além de excelentes pratos, o bistrô conta com obras de artistas contemporâneos em todos os ambientes da casa. Claro que antes de provar as delícias fiz um tour para ver os detalhes artísticos de perto. E nesse passeio, fomos prontamente acompanhados pela jornalista Nicole, que nos contou detalhes da casa e das obras, que deixam o ambiente ainda mais bonito e romântico.

Mostras temporárias também fazem parte do local com a curadoria de Wagner Nardy, que também é o dono do bistrô. Em nossa visita, tinha a exposição Quem vigia o vigia? do artista Daniel Jablonski. Ele desenvolveu uma experiência baseada em sua dificuldade de acordar cedo. Ele chegou a pensar que tinha um distúrbio que fosse o  inverso da insônia. Assim, durante um mês, ele dormiu amarrado a um relógio de ponto de vigia noturno. 

A mostra ocupa duas salas  e uma foto no corredor que retrata o artista dormindo amarrado ao relógio de ponto. Em uma, a projeção do filme O Vampiro de Dusseldorf, o relógio de ponto usado na experiência e os horários em que ele acordou e na outra, relógios pendurados e em funcionamento marcam as horas que ele atrasou para acordar. No chão, as marcações dos minutos e do tempo em que ele se atrasou para acordar. A mostra é uma crítica à falta de tempo e a vigilância da modernidade.

Além de Nicole nos contar como foi toda a montagem da exposição, há, à disposição do visitante, uma sinopse por meio de cinco perguntas feitas pelo curador Wagner Nardy ao artista. 



Várias formas de arte são encontradas no bistrô vai desde artesanato até literatura. Lá você também encontra  fotografia (que amo), passa por escultura, pintura e videoarte.

Como sempre faço, pesquisei sobre as obras antes para que pudesse apreciá-las com um olhar diferenciado. Já na entrada, um vídeo é projetado na parede: Sem Chama não há Vela de Amanda Capaccioli. Ao fundo, a adega do restaurante fica em um móvel, que também foi tombado pelo patrimônio municipal junto com a casa. 

No salão principal, outro vídeo. Este é de  Sara Ramo e se chama Oceano Possível. em que a artista cria seu oceano, navega nele como pode. 

Reprodução do site do Teu Caso
O visitante pode escolher entre as salas com mesas para grupos ou para casais, mas todos com intervenções artísticas. Um dos maiores deles, não fotografamos por estar mais cheio e não quisemos atrapalhar o conforto dos que ali estavam, porém, não deixamos de apreciar a arte presente ali.  Paredes vermelhas abrigam o  móvel que funciona como adega. Dentre as obras, a de Glauco Moraes, com palavras que só ele sabe o que significam, pois foram inventadas por ele, mas garante que é só coisa boa e todos só saberão o que querem dizer quando ele morrer.

No principal ambiente da casa, o letreiro amoroso de Avaf Eli Sudbrack. Um coletivo que tem trabalhado bastante com neon.

A sala que escolhemos para ficar possui as paredes pintadas com alusão à cartografia e frases soltas. Obra de Juliana Gontijo.




Talvez a obra mais instigante do local é a do paranaense C.L. Salvaro no teto do corredor. E é ela o destaque do site do Teu Caso. Gostei de vê-la de perto. Ao caminhar olhando para ela, em cada ângulo, vai ganhando novas formas. Nicole explica que o artista quis revelar as entranhas da cidade. Ela foi toda montada em uma grade encontrada por ele.  

Até uma biblioteca compõe o lugar, que ainda conta com uma motocicleta Harley Davidson de cestaria feita por artesão de Bali. Ela é em bambu, pois, como a comunidade de Bali é pobre e o bambu é abundante, funciona como a idealização das coisas que todos gostariam de ter É encantador! Um convite à leitura já que podemos folhear ou mesmo ler os livros. Levar para casa algum que você queira ler e trazer outro para deixar no lugar. 

 Para completar, foto de orquídeas de  Pedro Motta e e uma luminária mostrando as belezas e coisas boas de um morro no Rio de Janeiro de Maurício Matta.

No teto, a reprodução em aço de um ninho de um pássaro da Amazônia, chamado João Congo.
Arquitetura - O restaurante funciona em um prédio do século XIX, tombado pelo Patrimônio Histórico de Belo Horizonte, por isso, é necessário manter as características originais e os cômodos foram preservados, sem derrubar as paredes para fazer um salão amplo. Assim, cada ambiente pôde ter características singulares. E isso é um diferencial. Mais aconchegante e romântico ou uma grande sala para acomodar um grupo e mesmo assim ficar à vontade.

Passei por ele algumas vezes durante o dia e, à noite, o letreiro fica iluminado, deixando tudo ainda mais charmoso.
O piso da casa também foi preservado. O da varanda é um ladrilho hidráulico original. 

Teu caso é realmente um lugar para você ir com calma e se deliciar com a boa gastronomia e degustar as obras de arte. É um local que me ganhou em cheio!

*Texto e Fotos: Karina Motta

Localização:
Rua Espírito Santo, 1502, Lourdes - Belo Horizonte


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