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domingo, 21 de outubro de 2018

Nova Jerusalém e a Paixão de Cristo no maior teatro ao ar livre do mundo

Além de conhecer os cenários e bastidores de onde é encenada todos os anos a Paixão de Cristo em Pernambuco, participamos de um espetacular jantar temático, com roupas de época. Emocionante!
Ao falar em Nova Jerusalém, todos se lembram imediatamen-te das encenações (desde 1968) da Paixão de Cristo. A apresentação é realizada no distrito de Brejo da Madre de Deus, mais especificamente na Fazenda Nova, onde está a cidade-teatro de Nova Jerusalém, palco do famoso espetáculo montado anualmente com artistas globais. E que é considerado o maior teatro a céu aberto do mundo.
Nosso passeio conjugou e Nova Jerusalém. O caminho entre as duas localidades é bem distinto por ser o agreste pernambucano. São várias serras (Prata, Estrago e Ponto) e muitos casarões e casinhas simples de taipa e barro.
Passamos por várias cidades, inclusive, uma das mais frias do estado, que é Gravatá. Tem até festival de inverno e a temperatura lá chega a 11 graus. Todos os pernambucanos já abordam o turista perguntando onde você mora e logo soltam: diferente daqui, lá tem frio e calor, né?! Porque aqui só temos calor.  Mas Gravatá e uma outra cidade são as únicas em que faz frio e é por causa da serra, com alta altitude, pois, as duas ficam no agreste pernambucano.
Nova Jerusalém é uma réplica da cidade de Jerusalém, que fica em Israel. Não era Semana Santa, mas, mesmo assim, a visita emociona. Conhecer os cenários do Calvário é indescritível. Ele pode ser apreciado na pousada da Paixão onde fica o teatro a céu aberto em que há as encenações. O teatro foi idealizado e fundado por Plínio Pacheco em 1968.
 
Já na chegada, vemos uma enorme fortaleza murada. O lugar desperta curiosidade antes mesmo de entrarmos nele. São 100 mil metros quadrados construídos e tem lagos artificiais, nove palcos, uma muralha de 3500 metros de extensão e 9 m de altura e 70 torres. A área corresponde a um terço da área murada de Jerusalém original. A arquitetura é grandiosa.
 
 
A iniciativa foi do comerciante e líder político local Epaminondas Mendonça. Ele era pai de Diva Pacheco, que se casou com o fundador do teatro, o Plínio. As encenações começaram em 1951 apenas para amigos e familiares dele. Depois foram se ampliando, construiu-se a estrutura da cidade-teatro até ser o que é hoje. Eles estão sempre melhorando a estrutura. Para este ano, por exemplo, o artista plástico colombiano Nestor Robles fez mudanças em três cenários: Fórum de Pilatos, Templo de Jerusalém e Palácio de Herodes. Com a técnica de pintura chamada faux finish (falso acabamento, em francês), Robles fez texturas nas paredes, que eram lisas e as deixou como se fossem mármore travertino e pedra envelhecida, o que remete ainda com mais realidade à Roma antiga.
Pudemos conhecer todos os cenários. São nove: o Sermão da Montanha, o Templo de Jerusalém, o Cenáculo, o Monte das Oliveiras, o Palácio de Heródes, o Fórum Romano, a Via Sacra, o Calvário e o Sepulcro.

Quem se hospeda na pousada na época da Semana Santa pode, se quiser, participar como figurante das encenações. Para que mais pessoas participem, os turistas podem ficar apenas dois dias na pousada. No primeiro, eles assistem à encenação e, no segundo, se quiserem, fazem parte do espetáculo.  

Aguardamos um pouco na pousada a chegada de outro grupo para nos acompanhar.

Na entrada, somos recepcionados por guias caracterizados que explicam tudo sobre o local e o espetáculo. Infelizmente, não pudemos acompanhar as explicações, já que queríamos fazer registros fotográficos e descobrir detalhes nas construções.



Primeiro, passamos por corredores com pardes formando arcos para acessarmos a grande área dos cenários. Ao voltarmos da viagem, meu marido, que entende bem a bíblia, repassou comigo, ao vermos as fotos, o que acontece em cada cenário. E revivemos aquele momento. A primeira construção que encontramos é onde iremos jantar. Nas primeiras apresentações, era aqui que se realizava a cena da Santa Ceia. Hoje foi montado novo cenário e ali é realizado mesmo o jantar para os turistas.





Uma estátua do sr. Plínio Pacheco, montado em um cavalo e com um megafone. O guia explica que no início das apresentações, a divulgação do espetáculo era feita assim. Ela serve para indicar aos espectadores a qual cenário se dirigir, pois está montada em uma estrutura giratória e o megafone aponta qual o cenário da vez.




O espetáculo é itinerante e o público vai seguindo os atores de acordo com cada cena. Apenas em uma delas há uma estrutura para sentarem, mas não acomoda todos os espectadores. Muitos deles continuam em pé. Nos demais, ficam caminhando junto com a encenação.
A primeira passagem do espetáculo é no Sermão da Montanha. É o local onde Jesus ensinou a seus discípulos como ser cristão. "Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;. Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados";


O próximo é o Templo de Jerusalém-Sinédrio. Sinédrio é o mesmo que assembleia religiosa judaica, que governava e julgava o povo judeu. Foi aqui que Jesus foi julgado antes de ser crucificado.
 
No cenáculo, ocorre a Santa Ceia. Antes da última ceia, Jesus ensina a humildade a seus discípulos lavando os pés deles. Depois, enquanto comiam, Jesus tomou o pão, deu graças e deu a seus discípulos e fez o mesmo com o vinho. É onde avisou que um dos apóstolos o iria trair e que Pedro iria negá-lo três vezes.

No Monte das Oliveiras, Jesus conversou com os discípulos transmitindo coragem a eles e orientando o que aconteceria depois que Ele fosse crucificado. É onde Jesus foi rezar depois da última ceia.

O Sinédrio não podia condenar, apenas julgar e, por ser da Galiléia e por perceber que se tratava de um conflito político-religioso, Pilatos achou por bem encaminhar Jesus ao rei Herodes (Palácio de Herodes) para julgá-lo, mas ele se recusou e enviou Jesus de volta a Pilatos para proceder o julgamento.

 
 
No Fórum de Pilatos, o governador romano percebeu que Jesus era inocente. E, como era tradição soltar um preso na época da Páscoa e Pilatos propõe ao povo escolher entre Jesus e Barrabás para ser libertado. Escolheram Barrabás.

 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
Condenado à morte na cruz, os soldados romanos, então, flagelam Jesus e o obrigam a carregar sua cruz até o Monte Calvário: a Via Sacra.


 
Neste cenário, há três episódios: o calvário com a crucificação e o enforcamento de Judas. Para o enforcamento, o guia mostra uma estrutura com roldana para realização da cena e, no chão, os parafusos onde as cruzes para Jesus e os dois ladrões serem crucificados são montadas.














Após sua morte confirmada, o corpo de Jesus é levado para o túmulo, onde acontece, também, a sua ressurreição.


Ahhh como é bom escrever este post. Relembrar e me transportar para aquele lugar magnífico e, tendo estado lá, reconstruir as cenas naqueles cenários e imaginar o espetáculo sendo realizado... Emocionante mais uma vez e, tenho certeza, vou me impressionar toda vez que reler este texto.

Há, ainda, o Poço da Samaritana em que Jesus diz a ela: "Dê-me de beber". A samaritana se assusta porque sabia que Jesus era judeu e a maioria dos judeus não gostava dos samaritanos. Assim, Ele mostra que devemos respeitar todas as pessoas independente da sua cor, religião ou nacionalidade.

De volta à entrada da pousada, encontramos o Lago Betsedá
E a Capela da Paixão.

O tour é rápido, pois dá vontade de ficar contemplando cada detalhe dos cenários. Ainda mais que Deus me brindou mais uma vez com o espetáculo da natureza que mais amo: pôr do sol! E teve um exatamente no momento em que conhecíamos a cidade-teatro. Fiquei dividida diante de tanta beleza que se descortinava aos meus olhos a cada passo que eu dava.

Estava triste, pois o passeio de buggy ponta-a-ponta incluía a observação de um lindo pôr do sol no pontal de Maracaípe, mas como já expliquei no post específico, o tempo estava nublado e não foi possível nem mesmo voltar outro dia só para vê-lo por não termos nenhum disponível. Nossa agenda estava cheia. E aí que Deus preferiu me presentear com essa mágica vista exatamente onde é retratada a Paixão de Cristo. Muita emoção mesmo! Impactante!








 
Vivemos uma experiência sublime, ainda, ao vestir roupas da época de Cristo para participarmos de um jantar temático em pleno palco onde a Santa Ceia era encenada nas primeiras apresentações no teatro. E se a ideia era conjugar o passeio com a comemoração das minhas bodas de 12 anos de casada, o jantar se transformou na celebração de mais um ano juntos.















 
 
 
 
 
 
Foi mais um grande presente da minha agente de viagens, Daniely Rodrigues. Ela conseguiu um custo-benefício excelente neste pacote, que incluiu excelentes e diferenciados passeios e ainda moveu mundos e fundos para eu conseguir visitar o Instituto Ricardo Brennand. E eu havia comentado que tinha vontade de conhecer Nova Jerusalém e, como ela sempre adequa a viagem ao perfil do cliente, incluiu este magnífico jantar temático para mim. Foi algo fenomenal!

Seguimos para os camarins improvisados na pousada a fim de nos prepararmos para o tão esperado e especial jantar. Tinha de tudo no menu e estava delicioso: saladas, arroz, caldos, escondidinho, farofa, macarrão, frango e não faltou a carne de bode. De sobremesa, tinha doce de goiaba e ambrosia. A iluminação é feita por lamparinas.

 
Sempre que acontecia algum contratempo na vida, eu brincava que eu devia ter sido a responsável por servir vinho estragado na Santa Ceia (risos). Agora que revivi minha participação na Santa Ceia, tenho certeza de que isso não aconteceu (mais risos)!

 
Na pousada, há um museu dedicado a Plínio Pacheco e sua esposa Diva contando a história deles e da criação do teatro. Eles merecem todas as homenagens por recriar e criar um lugar espetacular!
Pena não ter dado para conhecer a cidade e suas igrejas. Além das belezas naturais. Passamos pelas serras, mas há outros atrativos que não vimos como a pedra do Cachorro, a Mata do Bituri e o Sítio Arqueológico do Estrago. E como o BLOG VIAGENS PELO BRASIL gosta de um sítio arqueológico ... Ouvimos falar também do Parque das Esculturas Monumentais Nilo Coelho. Todas feitas por artesãos locais e em granito. A arquitetura é bem preservada como o Museu Histórico e Arqueológico e a antiga Casa de Câmara e Cadeia, planejada pelo arquiteto francês Louis Léger Vauthier.


Localização:
Brejo da Madre de Deus é distrito de Nova Jerusalém e fica a 48 quilômetros de Caruaru e a 190 quilômetros de Recife, capital de Pernambuco


Visitei e recomendo:
Fazenda Nova
Cidade-teatro de Nova Jerusalém
Jantar temático


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*Texto e fotos: Karina Motta