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sábado, 28 de maio de 2022

City tour em BH revive o Clube da Esquina

Milton Nascimento acaba de anunciar sua despedida dos palcos no ano em que se torna octogenário e com sua carreira sexagenária. Não consegui ingressos para o show A Última Sessão de Música e quem me conhece sabe que sou fã incondicional de Bituca. 








Este é um ano emblemático mesmo em sua carreira. O Clube da Esquina, movimento musical que começou em 1972 também faz aniversário. Completa 50 anos agora em 2022. E esse mês o álbum Clube da Esquina - Milton Nascimento e Lô Borges - foi eleito o maior álbum brasileiro de todos os tempos em votação considerada a maior e mais abrangente já feita no país, envolvendo 162 especialistas de diferentes áreas ligadas à produção musical.

Diante de tantos acontecimentos importantes envolvendo Milton Nascimento, que sou fã desde criança, deu vontade de voltar à famosa esquina onde o clube nasceu, no bairro Santa Tereza em Belo Horizonte. E fui reservar uma mesa no bar do Museu Clube da Esquina. Para minha surpresa, no site, estavam oferecendo o City Tour Revivendo o Clube da Esquina. Claro que não perdi a oportunidade e contratei de pronto. E aqui está o BLOG VIAGENS PELO BRASIL conhecendo os passos do Clube da Esquina em BH.

Estou amando essa experiência de walking tour como o BLOG VIAGENS PELO BRASIL fez em Ouro Preto e Itabira. Assim, escolhemos essa opção. É impressionante como você vê a cidade com outros olhos. Um dos pontos, em plena praça Sete, no centro de BH, nem eu nem meu marido (que passa por lá quase todo dia) tínhamos percebido.                                                     

Ao todo, são 25 placas. Iremos garimpar as demais para irmos posteriormente. Achei no site do Museu da Pessoa a referência de cada uma das placas.

O passeio começa na Praça da Liberdade. E somos avisados que o nome dado à alameda central foi em homenagem ao Clube da Esquina pelo então governador de Minas Tancredo Neves e se chama Travessia.  Essa foi a música que ganhou o Festival da Canção.

Mais para frente, a Biblioteca Pública, com projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer e tem forma de papiro. Era lá que os integrantes do Clube da Esquina se encontravam para estudar. 

Passamos pelo Minas Tênis Clube onde Bituca fez um grande show. Cobriram as piscinas olímpicas para o palco. Na entrada do teatro, há uma estátua em bronze do compositor Pacífico Mascarenhas, que incentivou e ajudou muito Milton Nascimento. 




O colégio Estadual Central foi onde alguns do grupo musical estudaram. Era referência e tinha os melhores professores de BH.  O projeto arquitetônico também é de Oscar Niemeyer. A caixa dágua em forma de giz, a cantina, borracha e as salas de aula, de régua e o auditório em forma de mata-borrão (objeto referente à caneta tinteiro) onde eram realizados festivais de música estudantil. Quando fui assessora de imprensa da Secretaria de Estado de Educação, fui a uma apresentação da Orquestra de Violões formada por alunos da escola e era coordenada por Lô Borges.











Passa no bairro Lourdes e a rua da Bahia, onde tem o Edifício Maletta onde os integrantes do Clube se encontravam para divertir e tocar. O restaurante Cantina do Lucas é o mais conhecido e existe até hoje. Havia uma série de bares com música ao vivo. À época eram chamados de inferninhos. Bituca tocou em um deles. 










No centro da cidade, encontramos os prédios onde os membros do Clube moraram. No Cesário Alvim, Beto Guedes e Toninho Horta.




No edifício Levy, as casas de Milton Nascimento, dos Borges e Tiso. Ele recebeu uma intervenção artística do Cura.



E logo à frente, o Ponto dos Músicos - Edifício Teodoro. É o prédio que passou despercebido por mim e meu marido por nunca termos visto a placa do Museu Clube da Esquina. Aqui, era o encontro dos músicos à tarde e eram oferecidos lugares para eles tocarem.


Ao passar pela praça Sete, vimos o edifício Helena Passig, onde Bituca trabalhou como escriturário, no escritório das Centrais Elétricas de Furnas.  






Viaduto Santa Tereza leva para o bairro da esquina emblemática. E chegamos ao restaurante do Bolão, onde tradicionalmente, os boêmios param para se alimentar depois de uma noitada divertida, por funcionar 24 horas e com o Clube da Esquina não foi diferente. Sempre passavam por lá.



Do viaduto, vemos a praça da Estação. Em 1996, foi neste espaço que foi lançado o livro "Os Sonhos não Envelhecem", com a presença da maioria dos artistas do Clube da Esquina.

Também é possível ver a Serraria Souza Pinto, onde Milton Nascimento apresentou o espetáculo Crooner. 





Paramos na casa dos Borges, que pertence à família desde 1954 e onde Clube da Esquina foi composta por Milton Nascimento, Lô e Márcio Borges.


E, enfim, chegamos ao Bar e Museu Clube da Esquina, ganhamos  a entrada do show da tarde com repertório do Clube da Esquina. 








Primeiro, fomos conhecer o museu, que tem fotos contando a história do grupo de amigos. 































O bar foi inaugurado em 2015 e fica perto da famosa esquina das ruas Paraisópolis com Divinópolis no Santa Tereza, em Belo Horizonte e presta homenagem ao Clube da Esquina, que projetou a música mineira nacionalmente. A decoração lembra uma antiga vila mineira.
















"Temático, o bar é decorado com objetos, painéis e discos que relembram os velhos e inesquecíveis tempos do Clube da Esquina. Até as comidas têm nomes relacionados ao movimento musical. Há também uma loja onde são comercializados livros, canecas, camisas e Souveniers com o mesmo motivo. Atualmente, a programação de shows no bar acontece de quarta a domingo, com estilos musicais como MPB, jazz e suas influências e clássicos do Clube da Esquina". Essa é a descrição encontrada no site do bar.













O cardápio é todo em homenagem ao Clube da Esquina. E a música ao vivo tem o repertório maior com músicas deles. Ao pedirmos Manoel o audaz - cupim ao molho de bacon e azeitona, a produtora cultural pediu para tocar a música. É realmente uma experiência mágica. Há ainda um bolinho de bacalhau em homenagem à origem dos donos da casa que abriga o bar e o museu do Clube.


























Mais tarde, a responsável pelo passeio e produtora cultural do espaço , Virgínia Camara, foi conosco na esquina e contou a história resumidamente do clube. Impossível não me emocionar ao estar ali onde nasceu muitas canções e ela falando da composição da música Travessia. Para mim, a mais emblemática do grupo. E não resisti. Sentei na esquina como o grupo fazia.














Na hora, um moto entregador parou para ouvir toda a história. Diz ele que sempre passa por lá e vê a placa. Naquele momento, ele aprendeu o que aconteceu ali há 50 anos. Muito lindo. 

Na contra esquina, tem um barzinho onde eles também se reuniam quando cansavam da esquina.



Preferimos fazer o caminho a pé para apreciar cada detalhe da história de Bituca e seus amigos. É realmente uma experiência inesquecível. Registamos a esquina mais famosa do bairro Santa Tereza. 





Pensa em um dos dias mais alegres, importantes, emocionantes e inesquecíveis de sua vida: sentar na esquina onde seus ídolos.se reuniram para fazer o eleito melhor álbum de todos os tempos. Obrigada Bituca e Clube da Esquina por fazerem parte da minha vida!

Os outros locais que têm placas do Museu Clube da Esquina e não fomos neste walking tour: 

Instituto de Educação

Teatros que se apresentaram como o Marília e o Francisco Nunes

Casa dos Horta, no bairro Horto. Pertence à família até hoje. Outra referência do Clube nessa residência é o bar Aqui Ó, criado por Paulo Horta, em 1989, na parte da frente da casa. O bar fechou em 1995.

Passamos também pela rua Rio de Janeiro, por onde os amigos gostavam de caminhar também. 

O parque Municipal era a diversão das crianças Borges e Beto Guedes.

O Instituto de Educação  promoveu, nos anos 60, muitos festivais de música, inclusive das eliminatórias regionais do Festival Internacional da Canção.

Bar Brasil - Tadeu Ferreira, o dono e fundador da Cervejaria Brasil, é amigo de todos do Clube desde meados dos anos 70. Seu primeiro comércio, uma mercearia, ficava ao lado da casa de Fernando Brant.

Casa dos Ornelas no bairro Nova Suíça.

Confira todos os 25 pontos e o endereço de cada um deles:
CASA DOS BORGES - Rua Divinópolis, 136 - Santa Tereza
CLUBE DA ESQUINA - Rua Divinópolis com rua Paraisópolis - Santa Tereza
AQUI Ó - Rua Pitangui, 3095 - Horto
RESTAURANTE DO BOLÃO - Praça Duque de Caxias, 288 - Santa Tereza
PRAÇA DA ESTAÇÃO - Praça Rui Barbosa - Centro
VIADUTO SANTA TEREZA - Centro
SERRARIA SOUZA PINTO - Av. Assis Chateaubriand, 809 - Floresta
PRAÇA SETE - Cruzamento das avenidas Afonso Pena e Amazonas - Centro
PONTO DOS MÚSICOS - Av. Afonso Pena entre rua Tupinambás e rua Curitiba
EDIFÍCIO LEVY - Av. Amazonas, 718 - Centro
EDIFÍCIO CESÁRIO ALVIM - Tupis, 499 - Centro
RUA RIO DE JANEIRO - Entre ruas Guajajaras e Timbiras - Centro
MALETTA - Rua da Bahia, 1.148 - Centro
RUA DA BAHIA - Centro
TEATRO FRANCISCO NUNES - Av. Afonso Pena, s/nº - Centro (dentro do Parque Municipal) PARQUE MUNICIPAL - Av. Afonso Pena - Centro
TEATRO MARÍLIA - Av. Alfredo Balena, 586 - Stª Efigênia
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO - Rua Pernambuco, 47 - Funcionários
BAR BRASIL - Rua Aimorés, 90 - Funcionários
CASA DOS BRANT - Rua Grão-Pará, 1092 - Funcionários
ALAMEDA TRAVESSIA - Praça da Liberdade - Funcionários
BIBLIOTECA PÚBLICA - Rua da Bahia, s/nº - Funcionários
MINAS TÊNIS CLUBE - Rua da Bahia, 2244 - Lourdes
COLÉGIO ESTADUAL CENTRAL - Rua Felipe dos Santos, 245 - Santo Antônio
CASA DOS ORNELAS - Rua Olinda, 517 - Nova Suiça

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*Texto e fotos: Karina Motta