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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Os profetas de Congonhas/MG





No alto da colina, eles já se destacam. Os doze profetas em tamanho real, esculpidos em pedra sabão por Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, dão a identidade a Congonhas do Campo ou simplesmente Congonhas, que fica na região do Alto Paranaíba mineiro. Mais um patrimônio histórico do Brasil, os profetas estão no adro do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos




 Logo à frente, seis capelas compõem o Jardim de Passos da Paixão de Cristo. Elas representam a Via Sacra. Para enfeitar as capelas, há esculturas em cedro também de Aleijadinho. Todo o conjunto é considerado Patrimônio Histórico Cultural da Humanidade pela Unesco há 30 anos. Para comemorar esta marca, a cidade inaugurou o Museu Congonhas, do qual falaremos mais à frente. E se o gênio Aleijadinho deixou excelentes obras de arte, este conjunto é um dos mais significativos trabalhos do artista. 

Em cada capela, meu marido explicava a cena. É impres-sionante a vivacidade e veracidade nas expressões das imagens. Foi enriquecedora essa experiência. Um conjunto maravilhoso que representa toda a beleza do Barroco mineiro e é considerado um dos maiores marcos do patrimônio artístico do Brasil. São 64 imagens, sendo que a pintura das capelas ficou a cargo de Mestre Ataíde. O guia que acompanhava um grupo de turistas chamou atenção para o fato de que um
dos soldados nas cenas da Paixão está com as botas trocadas, ironizando os executores de Jesus. Outras figuras têm os dedos das mãos retorcidos – o que representaria a doença de Aleijadinho, que, por muito tempo, acreditou-se ser lepra. Sobre os profetas, o guia explicou que, ao elaborá-los, Aleijadinho concedeu a eles características dos inconfidentes. Todas as obras têm características marcantes do artista: olhos amendoados, nariz fino, queixos pontudos e boca entreaberta para citar as que me lembro. Já entre os profetas, o guia explica que Amós seria o autorretrato de Aleijadinho.

Há uma sala dos milagres com os chamados ex-votos: fotos, esculturas que fazem alusão aos milagres alcançados. E uma capela com a imagem de Nossa Senhora de Lourdes, minha santa de devoção.

Descobri a estação de trem também.
E há a secretaria do Jubileu com uma fachada encantadora.



No interior da Basílica, há outras obras talhadas por Aleijadinho. A decoração é estilo rococó e a pintura do teto também é atribuída a Mestre Ataíde. No alto, o santuário se destaca e ao lado dele, as casas dos moradores se tornaram verdadeiras lojinhas e ateliês. Bordados, santos, chocolates, oratórios... Encontram-se diversas maravilhas para levar de lembrança do local. Há grande variedade, mas, as peças em pedra-sabão se distinguem como os relógios, panelas e réplicas dos profetas.

Romaria – O prédio circular era local que servia de abrigo para os romeiros em festas como a do Jubileu, que acontece todos os anos entre os dia 7 e 14 de setembro. A sua arquitetura, principalmente a entrada, faz referência às capelas dos Passos da Paixão. Hoje, no espaço funcionam os museus de mineralogia e de arte sacra e alguns órgãos públicos. Em frente, há um café maravilhoso, com artesanato e quitutes deliciosos. Os donos são bem simpáticos o que agrada ainda mais frequentar o local.
Matriz Nossa Senhora da Conceição
Outras igrejas – É claro que se falando em templos religiosos em Congonhas, a referência é mesmo o santuário, mas, há outras igrejas que não têm os profetas e que são tão lindas quanto. Na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, há , inclusive, o trabalho de Aleijadinho, que pode ser conferido no frontispício. A nave é uma das maiores de Minas Gerais. Já a igreja São José tem muitas esculturas em seu interior.

Igreja São José
E como não podia deixar de ser, o BLOG VIAGENS PELO BRASIL foi em busca da igreja do Rosário em Congo-nhas. E ela tem história. Foi a primeira a ser construída na cidade, sendo a mais antiga. Ela é muito delicada e linda, com detalhes simples no frontispício que encantam.
Parque da Cachoeira – Uma grande área verde com a cachoeira Santo Antônio e diversas piscinas naturais, quadra, campo de futebol, anfiteatro, área de camping, restaurante, lanchonete e área de churrasqueira, além de estacionamento. É também excelente para passar o dia com a família nos dias quentes e ainda fazer um churrasquinho, pois, o local oferece toda a infraestrutura necessária, com lazer completo. Além disso, ele possui uma área de preservação, com diversas espécies de árvores e animais.

Congonhas também atrai visitantes para conferirem dois excelentes eventos. Uma ótima oportunidade para se visitar a cidade é na época em que é realizado o festival da quitanda e a semana santa. Esta encenação reúne diversos artistas locais representando a Paixão de Cristo no adro do santuário. Já aquele reúne delícias muito consumidas na hora do lanche: broas, pão de queijo, bolos, biscoitos, geléias... Hum... Clima de fazenda e casa de vó sempre presentes quando pensamos em quitandas mineiras... E todo esse universo pode ser vista todos os anos em Congonhas. Que delícia! A folia de Reis também sempre está presente.  

Para quem quiser passar mais tempo na cidade, uma excelente opção de hospedagem é o Hotel Colonial. Ele está instalado em um centenário casarão, próximo à basílica. O seu restaurante, chamado Cova do Daniel, é aberto ao público e não só a hóspedes. Uma delícia a comida servida e é tipicamente mineira. Sempre que vou a Congonhas, almoço lá. 
Motivo para voltar: museu é inaugurado – Agora o BLOG VIAGENS PELO BRASIL tem mais um motivo para voltar a Congonhas. É que foi inaugurado o Museu Congonhas, que integra as comemorações dos 30 anos que a cidade recebeu o título de Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco. O objetivo é  potencializar a percepção e a interpretação das múltiplas dimensões do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. E voltamos!
O museu foi construído ao lado do Santuário, em um prédio com mais de 3.450 m². O projeto é do arquiteto Gustavo Penna, que venceu o concurso nacional. São três pavimentos com sala de exposições, reserva técnica, biblioteca, auditório, ateliê, espaço educativo, cafeteria, anfiteatro ao ar livre e áreas administrativas.

Já que este é um patrimônio mundial a céu aberto, a expectativa é de que o museu de Congonhas atue como “museu de sítio” na medida em que servirá de mediação entre o santuário e o público.
As manifestações da fé no passado e no presente são referências para a exposição permanente que inaugura o Museu de Congonhas. A curadoria é assinada pelos museólogos Letícia Julião e Rene Lommez. Além disso, a mostra também retrata o Santuário como obra de arte, revela o trabalho do Aleijadinho e fala de arte religiosa.



Há muito, discute-se a possibilidade de se criar um museu para abrigar os profetas de Aleijadinho do adro da igreja para que sejam colocadas réplicas em seu lugar a fim de evitar o desgaste das obras pelo tempo, fungos, bactérias e até mesmo o vandalismo, porém, especialistas ainda não têm uma posição definitiva sobre o assunto e, por isso, não foi criado nenhum espaço para abrigar as esculturas no museu. O objetivo é reforçar os estudos sobre conservação de monumentos em pedra e promover a educação e conservação preventiva. Contudo, se mais adiante a medida for recomendada, o museu é a melhor alternativa para abrigar as peças.







Localização:
Congonhas do Campo pertence à Estrada Real e fica a 78 Km da Capital mineira, Belo Horizonte. De BH a Congonhas basta seguir pela BR040, sentido Rio de Janeiro.


Visitei e recomendo: 
Basílica Santuário do Bom Jesus de Matosinhos
Romaria
Igreja São José
Matriz Nossa Senhora da Conceição
Igreja do Rosário
Parque da Cachoeira
Restaurante Cova do Daniel

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*Texto e fotos: Karina Motta 

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