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sábado, 24 de agosto de 2019

A magia de observar de perto araras vermelhas em extinção


Dentre os animais típicos da região do Mato Grosso do Sul, uma das sensações é a arara vermelha grande. Mas ela está em extinção. E como não queria aventuras, priorizei os passeios de contemplação em Bonito como as grutas e o Buraco das Araras. Este fica na região da Serra da Bodoquena. Oportunidade única e imperdível. Hoje, estão protegidos 130 casais na reserva.
 
 
 
 
O local em que se observa as aves é uma grande cratera e fica dentro de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural, protegida pela legislação federal. Considerada a maior da América do Sul.

 
Na entrada, existem esculturas de vários animais.

  
E ainda um espaço de convivência com tererê à vontade para quem quiser provar.

Dolina - Na verdade, o buraco que se formou e onde as araras se abrigam, chama-se dolina (uma espécie de colina ao contrário). Trata-se de uma formação geológica em que uma depressão é gerada pela dissolução em regiões calcárias ou o desmoronamento delas. De acordo com que pesquisamos, no caso do Buraco das Araras, a dolina foi formada em rocha arenítica. O arenito é uma rocha sedimentar, constituída predominantemente de grãos de areia cujo principal componente é a sílica.  
São 100 metros de profundidade, 160 metros de diâmetro e 500 de circunferência. Há ainda um lago no fundo, aonde dizem viver um casal de jacarés do papo amarelo. Aliás, muitas histórias são contadas. Dizem que a expedição para explorar o lugar encontrou de tudo. Até restos mortais de humanos. Desceram até lá de rapel.

O lugar faz parte de uma grande fazenda, que antes era dedicada à pecuária. Quando o proprietário faleceu, deixou a área de herança para os três filhos, mas foi o do meio que ficou com este espaço. Os outros acharam que tinham levado vantagem. Imagina, receber uma cratera com um lago ao fundo de herança. Hoje, não preciso comentar a riqueza incalculável presente.

E ainda uma caminhada por cerca de 900 m pela trilha para observação dos animais. Conseguimos avistar siriema, tucano, macaquinho. Já no caminho dá para ouvir o canto delas.











Há dois mirantes para a observação deste espetáculo.

 
 
E eles ainda emprestam binóculos. Aí, sim, um espetáculo se descortina em seu olhar!

  
E, para a sorte do BLOG VIAGENS PELO BRASIL, fomos na época em que começa a reprodução das araras e é o melhor período para admirar este animal. Que maravilha! O mais esperado aconteceu. Houve revoadas de araras bem na hora da nossa observação! Porém, mais uma vez, a máquina do celular não conseguiu captar tanta maravilha.







Depois, quando seguíamos a trilha para irmos embora, vimos três delas pousando no alto de uma árvore bem na nossa frente junto com dois tucanos.
E como atraímos boas coincidências em nossos passeios, ao chegarmos na gruta São Miguel, pequenas estruturas com sementes de girassol atraem várias delas e pudemos ficar a um palmo de distância. Quanto encantamento!

  

Coruja - E ainda tivemos a honra de um encontro casual maravilhoso com uma coruja em uma das árvores do mirante de observação das araras. Este ano, meu marido completou seu cinquentenário de vida e, até o aniversário, estava colecionando fotos de corujas, que inspiram sabedoria. Quando uma turista avistou a coruja, ficamos enlouquecidos. Gratíssima coincidência. A foto não ficou boa, mas, vê-la bem de perto foi tão emocionante quanto avistar as araras. Teve turista que contou conhecer outras pessoas que foram ao passeio e não teve revoada nem viram as araras, que ficaram recolhidas.

Quero fazer um aparte à coruja Suindara, que há na região. É incrível como o universo conspira a nosso favor mesmo. Justamente esse ano que meu marido resolveu colecionar fotos de corujas, encontramos uma diferenciada em nossas férias. Ele a escolheu como símbolo de 2019 e, quando soube que teríamos a oportunidade de observar uma das espécies, enlouqueci. Percebi que a viagem não seria mágica apenas para mim, mas para ele também. E tornou o destino ainda mais especial. Destacadamente, quando pesquisei sobre ela e descobri ser a única que tem cara de coração. Ahhhh muito fofo!

Suindara vem do tupi e significa “o que não come”.

A reprodução das araras vermelhas pode ser vista nas árvores, dentro da dolina . E, quando dá sorte, é possível vê-las voando. E, como disse, demos muita sorte. Fomos na época em que elas gostam Suas acrobacias impressionam e encantam! Ainda foi possível acompanhar de perto os cortejos do macho para a fêmea e os casais na porta de seus ninhos.

No Buraco das Araras, as aves vivem livres e soltas. Nenhuma interferência do homem é feita como dar alimentação ou prender para não interferir no ecossistema local.

O período de reprodução consiste em acasalamento, postura e incubação. Começa em agosto e vai até janeiro/fevereiro. Essas aves podem botar até três ovos. Os ninhos são feitos nas rachaduras de rochas. As araras utilizam as fendas da dolina para construírem seus ninhos. Ou podem ser feitos em buracos nas árvores e palmeiras. Neste caso, o tronco é modelado com seu bico.

A incubação é de 30 dias, feita pela fêmea, que sai pouco do ninho apenas para ser alimentada pelo macho, que também a protege. Os filhotes ficam aproximadamente três meses no interior do ninho antes de voar. A partir dos três/quatro anos de idade, as araras já estão em seu período de reprodução.

Neste período de reprodução, é mais fácil ver as aves no interior da dolina e é melhor na parte da manhã.








Localização:
O Buraco das Araras fica no município de Jardim a 50 km de Bonito, no Mato Grosso do Sul. Na rodovia Jardim/Porto Murtinho, BR 267, km 28.


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*Texto e Fotos: Karina Motta 

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